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"Escola de Verão 2010" | Integrado no Festival Escrita na Paisagem

Desde 2008, o Festival Escrita na Paisagem elege Agosto como o mês dedicado à Escola de Verão, proporcionando a jovens artistas e alunos de artes a oportunidade de aprender com artistas internacionais reconhecidos no campo do teatro e performance.

Na sua terceira edição a Escola de Verão 2010 expande a sua abrangência e oferta. Pela primeira vez, o projecto acolhe uma "artista convidada", Vera Mantero. Em torno do trabalho desta criadora desenvolvem-se conferências, debates e uma exposição documental. Por fim, Vera Mantero apresenta ainda duas performances - Olympia e uma misteriosa Coisa disse e. e. cummings - nas quais se encontram re:flectidas e problematizadas questões que ocupam este ano o Festival, centrado no tema re:play. Dando continuidade ao formato de edições anteriores, agora alargado, a Escola de Verão oferece dois cursos de formação intensiva: "Souvenir d'une amnésie" (Memória de uma amnésia), centrado no actor marionetista e manipulação de objectos, coordenado pela Cie. Philippe Genty; e "Making the Body All Eyes" (Tornar o corpo 'todo olhos'), dedicado ao treino do actor e criação e escrita para performance, dirigido por Phillip Zarrilli e Kaite O'Reilly.

Memoire d'une amnésie (Memória de uma amnésia)
Antiga Fábrica dos Leões, Universidade Évora
2 a 13 de Agosto

A Companhia Philippe Genty é responsável por criações multidisciplinares, nas quais cruza teatro, dança, música, teatro de marionetas e objectos. O seu trabalho é baseado na relação entre corpo e objecto, explorada através de uma variedade de abordagens, materializando uma linguagem visual original e tocante. A cena é concebida como uma paisagem interior onde o consciente se revela: medos, esperanças, vergonha, desejos reprimidos... As criações da Cie Philippe Genty pertencem ao mundo do sonho, no qual actores, marionetistas, e bailarinos, manipulando marionetas e objectos de várias dimensões, surgem em cena tecendo estórias fantásticas perante os olhos do público. Na Escola de Verão do Festival Escrita na Paisagem, em Évora, a Cie Philippe Genty coordena um curso intensivo que introduz os participantes à linguagem visual da companhia. Em "Souvenir" 'd?une amnésie" (Memória de uma amnésia) trabalho centra-se em técnicas básicas da manipulação de marionetas e objectos e na relação entre corpo e objecto, abordada através de exercícios de pesquisa individual e colectiva. O curso é dirigido a marionetistas, actores, bailarinos, e performers. Após dez dias de trabalho intensivo as portas da Escola de Verão abrem-se aos espectadores numa apresentação pública.

"Memória de uma amnésia" é coordenado por Eric de Sarria e Nancy Rusek

Eric de Sarria, actor e encenador, é marionetista e manipulador de objectos na Companhia Philippe Genty desde 1988. Para a mesma companhia, trabalhou como actor em Dérives (1988-1992), Dédale (1998-2000) e Zigmund Follies (2000-2007), produção que foi apresentada em digressões pela França, Istambul, Arménia, Georgia, Finlândia e Milão (2008-2009). Em 2007 foi assistente de encenação na produção Boliloc.
É responsável pela encenação de vários espectáculos em França e no estrangeiro. Ao trabalho de criação junta ainda o ensino. Sarria coordena oficinas sobre trabalho com marionetas e jogo cénico, tanto em França como no estrangeiro.

Nancy Rusek, nascida na Bélgica, iniciou a sua formação em dança clássica aos 11 anos na École du Ballet Royal de Flandres em Anvers (Bélgica). Aos 18 anos dá os primeiros passos na carreira de bailarina contemporânea com Karmen Larumbe Danza em Madrid, companhia com a qual faz seguidamente mais duas produções. No entanto, é em França que se instala e trabalha como bailarina, assistente de coreografia e coreógrafa, em peças próprias ou em colaboração com outros artistas e companhias.

Phillip Zarrilli & Kaite O'Reilly

Making the Body All Eyes
Curso intensivo
Antiga Fábrica dos Leões, Universidade Évora
24 de Agosto a 2 de Setembro

"Dos Livros Évora": A Library of Hands
Performance
3 de Setembro - September - 21H30
Duração: 55 minutos
M/12
Entrada Livre

Em "Making the Body All Eyes" (Tornar o corpo 'todo olhos') a criação artística é abordada da perspectiva da performance e da escrita de/para performance, através de um treino psicofísio e orientado para estimular a imaginação.

Phillip Zarrilli introduz os participantes ao seu treino psicofísico internacionalmente reconhecido, no qual articula exercícios baseados em artes marciais e de meditação asiáticas, como o kalarippayattu e o Thai Chi Chuan, com princípios essenciais e abordagens concebidas por encenadores e teóricos do teatro ocidental como Stanislavski, Grotowski, e Artaud.

A outra componente do curso centra-se na escrita de/para performance. Orientados por Kaite O'Reilly, os participantes vão construir textos a partir de exercícios para estimular a imaginação, explorando diferentes pontos de partida e estéticas. Estes exercícios têm por base um trabalho sobre imaginação inspirado na abordagem de Michael Chekhov.

À medida que o trabalho progride Zarrilli e O'Reilly colaboram entre si e com os participantes na criação de uma performance, tomando como ponto de partida exercícios psicofísicos, textos de autor, textos 'encontrados', e as reacções ao espaço da performance - a extraordinária sala de leitura da Biblioteca Pública de Évora. Após dez dias de trabalho intensivo será apresentada a performance site-specific e em-processo: "Dos livros de Évora": A Library of Hands. Uma performance que materializa uma combinação dos processos de trabalho de Zarrilli e O?Reilly: criação de textos tomados como estímulo para a criatividade, textos representados, e improvisações estruturadas. A peça será igualmente reflexo de questões artísticas gerais que ocupam os criadores, bem como de questões específicas suscitadas pelo trabalho no espaço da Biblioteca Pública de Évora e sobre o conceito e práticas de arquivo: que possibilidades performativas nos oferece o espaço enquanto lugar onde algo pode acontecer? Que estímulos à criação de textos e partituras provocam os livros desta biblioteca? Qual é o toque e a sensação desses livros? Que histórias estão ?contidas? nestes textos?

Phillip Zarrilli e Kaite O'Reilly dirigem o curso "Tornar o corpo 'todo olhos'"

Phillip Zarrilli é internacionalmente reconhecido pelo seu método de treino psicofísico do actor, baseado em artes marciais e de meditação asiáticas, e como encenador. Tem um estúdio próprio (Tyn-y-parc C.V.N. Kalari/Studio) em Gales, e dirige workshops e cursos de longa duração um pouco por todo o mundo.

As suas produções mais recentes das peças de Samuel Beckett, que circularam por Los Angeles (2000), Áustria (2001) e Irlanda (2004), foram aclamadas pela crítica e galardoadas com os prémios de 'melhor actriz' e 'produção corajosa' em Los Angeles. Em 2002 colaborou com a artista e escritora premiada, sedeada no Reino Unido, Kaite O'Reilly, e com o Teatro Asou (Áustria) na performance, Speaking Stones, que estreou na Áustria em Setembro, apresentada pela primeira vez na Áustria em Setembro de 2002, e estreou em inglês em Varsóvia (Polónia), sob o convite do Centro de Estudos sobre Jerzy Grotowski, em 2003, voltando mais uma vez à Áustria com uma apresentação em Aflenz, 2004. Também em 2004 encenou The Water Station, de Ota Shogo, com o TTRP na The Esplanade Theatres on the Bay em Singapura. Entre 2005 e 2006 encenou Die Zofen (As Criadas) de Genet na Áustria, e esteve em digressão, pelo EUA, durante Março e Setembro de 2007, com The Beckett Project. Em 2007 encenou, em Singapura, a estreia de Attempts on Her Life, de Martin Crimp, (uma produção do TTRP na Esplanade Theatres on the Bay). Recentemente encenou a estreia mundial, e aclamada pela crítica, de The Almond and the Seahorse, de Kaite O'Reilly's, com a Sherman Cymru, e a nova tradução de Psicose 4:48, de Sarah Kane, na KNUA (Seul, Corea, 2008). Entre 2009 e o início de 2010 colaborou com Kaite O?Reilly e Jo Shapland na criação de Told by the Wind; este trabalho foi apresentado como work-in-progress em Agosto de 2009 no Festival Escrita na Paisagem, e estreou em Janeiro de 2010 no Chapter Arts Centre de Cardiff. Zarrilli também é reconhecido pelo seu trabalho com bailarinos e coreógrafos indianos.

Junta-se ao seu percurso profissional o ensino do processo psicofísico nos cursos superiores do departamento de Theatre Practice da University of Exeter (UK). Entre os seus numerosos livros destacam-se (como editor) Acting (Re)Considered (2ª edição no prêlo), When the Body Becomes All Eyes (1998), Kathakali Dance-Drama: Where Gods and Demons Comes to Play (2000), e (como editor) Martial Arts in Actor Training (1993). O seu novo livro com um DVD-Rom interactivo (por Peter Hulton) sobre a sua abordagem ao treino do actor e performance, Psychophysical Acting: an intercultural approach after Stanisalvski acaba de ser publicado pela prestigiada Routledge Press (2009).



Kaite O'Reilly é internacionalmente reconhecida como dramaturga e dramaturgista galardoada. Mais recentemente, foi uma das vencedoras do Prémio Susan Smith Blackburn (2009), com The Almond and the Seahorse. Outros prémios que recebeu incluem: o prémio Peggy Ramsay com YARD (Bush Theatre, Londres e Schlacthaus, Maxim Gorky Theater, Berlin), o prémio MEN de melhor obra em 2004 com Perfect (encenada por John E McGrath) e o prémio Theatre-Wales em 2003 com Peeling. Em 2008, Kaite foi galardoada com o prémio Major Creative do País de Gales com 'D' Monologues, que está neste momento a ser desenvolvido no National Theatre Studio, em Londres. Actualmente encontra-se a escrever uma nova versão dos Persas de Ésquilo, para ser encenada por Mike Pearson para o National Theatre of Wales. Kaite e Phillip colaboraram em Speaking Stones, para o Theatre Asou, e em Told by the Wind.

| MAIS INFORMAÇÃO |

http://www.kaiteoreilly.com/


Artista Convidada: Vera Mantero


Encontros com Vera Mantero
Convento dos Remédios, Évora
11 e 12 de Agosto

Olympia + uma misteriosa Coisa disse e. e. cummings
Convento dos Remédios, Évora
14 de Agosto, 21h30

Vera Mantero inaugura, na 3ª edição da Escola de Verão, um formato novo, o de artista convidada. Trata-se de um contributo central para a temática do Festival nesta edição, acrescentando à formação a exemplaridade de um percurso revisitado numa iniciativa fortemente documental.

Com efeito, na condição de artista convidada, Vera Mantero apresenta em Évora A dança do existir, uma exposição retrospectiva sobre o seu trabalho coreográfico. São cerca de 80 fotografias traçando o percurso da coreógrafa, das suas primeiras criações às mais recentes. A exposição integra ainda um Centro de documentação temporário, um espaço transdisciplinar que faculta aos visitantes / espectadores uma aproximação a várias vertentes do trabalho de Vera Mantero. O debate em torno das práticas de documentação (Práticas documentais / Práticas documentadas), encontros com a coreógrafa e a apresentação de dois solos da coreógrafa completam esta proposta, actualizando e ampliando o espaço de reflexão e crítica onde se cruzam em plena igualdade formação, investigação e criação.

Sobre Olympia
Vera Mantero concebeu Olympia como uma peça para ser apresentada no programa da Maratona para Dança (1993). O seu objectivo, contaminado pelo do próprio evento que ia integrar era '"acordar' as pessoas". Foi esta a premissa que levou Vera Mantero a articular passos da obra literária Asfixiante Cultura de Jean Dubuffett e a figura de Olympia, pintada por Manet. Uma articulação que extrai a sua vitalidade do acto de re:criar, re:pensar e re:inventar objectos artísticos com uma história própria, re:escrevendo-a, e assim re:inventar também a prática e fruição estética da dança, e a sua história.

Ao apresentar Olympia no Escrita na Paisagem, Vera Mantero não só glosa as obras originais que lhe servem de base de trabalho, como re:pensa e re:actualiza a sua própria criação, no encontro com um novo espaço e um novo contexto. Um duplo re:play que levanta questões centrais ao debate que o Festival propõe este ano, colocando as práticas de re:petição no cerne da criação artística contemporânea. Porquê re:pensar uma criação? O que significa re:criar um objecto artístico? O que se altera, perde ou acrescenta a cada re:petição? Eis algumas das interrogações para as quais queremos encontrar possibilidades de resposta - não só com Vera Mantero, mas também com os espectadores que se juntam a nós.


Sobre uma misteriosa Coisa disse e. e. cummings
uma misteriosa Coisa, nem primitiva nem civilizada, ou para além do tempo, no sentido em que a emoção está para além da aritmética (e. e. cummings, sobre Josephine Baker)

Em 1995 Vera Mantero encontrou-se com Josephine Baker, e. e. cummings, e com um discurso de Mário Soares (na altura, Presidente da República). A partir destes, encontrou-se também com o pianista Glenn Gould e as suas "Variações Goldberg" e com o mestre butô Kazuo Ohno. Este encontro fez crescer em Vera Mantero a necessidade de conceber e materializar uma "grandeza de espírito", "[o seu] grande desejo de uma vitória do espírito", que não é desprovido da existência e do prazer do corpo - concebido como igualmente grandioso. Numa articulação transdisciplinar entre dança contemporânea ocidental, butô, política e música, Vera Mantero lançou-se no desafio de coreografar e dar corpo a um espírito que "tem vontade de anular [...] a boçalidade, a assustadora burrice, a profunda ignorância, a pobreza dos horizontes, o materialismo...".

Com uma misteriosa Coisa o Festival Escrita na Paisagem aborda mais uma das várias modalidades do tema escolhido para a edição de 2010: re:play, isto é, ler as práticas de re:petição e re:criação como centrais na criação contemporânea. Neste peça, o re:play está presente em diversos níveis, dos quais o mais evidente é propor a Vera Mantero que re:faça um dos seus solos, instalando-o num novo contexto. Re:play é, na verdade, um conceito intrínseco a uma misteriosa Coisa, já que esta peça, como nota André Lepecki, é uma re:actualização de fantasmas - o de Josephine Baker e das suas coreografias e, em consequência, das problemáticas do racismo e colonialismo que atravessam a Europa pós-colonial, problemáticas especialmente sensíveis (e silenciadas) em Portugal. Em síntese, como Lepecki afirma: "a forma como o corpo europeu, feminino e branco de Mantero escolhe abordar (o fantasma de) Josephine Baker, precisamente como uma subjectividade assombradora e um corpo assombrado, intensifica o caudal de histórias e memórias do colonialismo europeu, das actuais fantasias raciais europeias e da actual amnésia do colonialismo, oferecendo uma apresentação perturbadora de uma imagem desafiante e improvável de uma mulher, uma bailarina, e uma subjectividade." (Lepecki, 2006: 111)

Lepecki, André. 2006. "Melancholic dance of postcolonial spectral: Vera Mantero summoning Josephine Baker", Exhausting Dance: Performance and the politics of movement. Londres / Nova Iorque, Routledge: 106-122. [Tradução do original inglês por Rita Valente].

| MAIS INFORMAÇÃO |

http://www.escritanapaisagem.net/

Festival Escrita na Paisagem - Estrutura Financiada pelo Ministério da Cultura/Direcção-Geral das Artes

Local:
Évora

Data de início:
02 de Agosto de 2010

Data do fim:
30 de Setembro de 2010

Ficha técnica:



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