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"A Lição" de Eugène Ionesco | TAS - Teatro Animação de Setúbal

"A Lição" é uma peça curta, necessariamente curta, onde Ionesco nos mostra velozmente não haver nada dentro - rigorosamente nada -das frases que as pessoas, julgando dizer alguma coisa, pronunciam todos os dias. Podem ser truncadas a meio ou repetidas indefinidamente, vão sempre dar ao mesmo: à evidência de que a linguagem não é uma criação nossa, nós é que somos uma criação da linguagem, e à convicção de que as palavras, no comércio social, mais não são do que instrumentos de poder. No teatro inicial de Ionesco, a desarticulação da espécie humana é realmente conduzida a toda a velocidade. Por isso as criaturas não têm identidade nem história; os seus nomes são trocáveis, deformáveis, por vezes inexistentes, substituídos por títulos ou funções, como nesta peça (o Professor, a Aluna, a Governanta), submetida a uma espécie de lei da aceleração, a um mote contínuo vertiginoso, onde basta aproximar as frases cada vez mais depressa para fazer aparecer a sua inanidade. Deste modo, a comédia iniciada numa atmosfera de burlesco lógico desliza sem transição para a inquietante fantasia surrealista, espécie de apoteose do grotesco moderno. (...)
(Ernesto Sampaio in: "A Lição" Edições Cotovia)

| FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA |

AUTOR: Eugène Ionesco
DRAMATURGIA E ENCENAÇÃO: Célia David
ESPAÇO CÉNICO: Célia David e João Carlos
FIGURINOS: Zé Nova
ACTORES: Ana Brinca, Duarte Victor, Maria Simões e Susana Brito
SONOPLASTIA: José Santos
LUMINOTÉCNICA: António Rosa
PRODUÇÃO: Susana Brito
CONTRA-REGRA: João Carlos
DESIGN GRÁFICO: Eurico Coelho
FOTOGRAFIA: Carlos Andrade

Estrutura Financiada pelo Ministério da Cultura/Direcção-Geral das Artes

Local:
Teatro de Bolso, em Setúbal

Data de início:
15 de Outubro de 2009

Data do fim:
15 de Novembro de 2009

Ficha técnica: