"Play Strindberg" de Friedrich Dürenmatt | Chão de Oliva
Inicialmente, este espectáculo não estava previsto no primeiro 'Roteiro da Intemporalidade' que a Companhia de Teatro de Sintra está a percorrer desde 2005, e que este ano termina. Os autores escolhidos foram Strindberg, Ibsen e Tchekov sendo que as abordagens se desenvolveram entre o chamado 'clássico' e o 'experimentalismo'.
A inclusão de Friedrich Dürenmatt, surge por associação óbvia a um texto de Strindberg ('Dança Macabra' ou 'Dança da Morte', conforme os tradutores). Procuramos assim um outro olhar sobre as fixações na obra do mestre sueco, e encontramos também uma oportunidade de dar a conhecer um texto poucas vezes representado no nosso país ' salvo incorrecção, a primeira, e última vez, aconteceu em 1990, numa produção da Seiva Trupe.
Neste 'Play' quisemos entrar no jogo que a peça propõe' desde logo na própria divisão do textos em assaltos, a remeter para um jogo de boxe onde, nas didascálias, não falta o gongo' mas criando as nossa próprias regras. Ou seja: aceitamos o desafio de Dürenmatt e, play Strindberg, mas também play Dürenmatt.
No texto que Dürenmatt escreveu sobre a sua peça, o autor diz que transformou 'uma peça histriónica ( ... )numa peça para histriões' e que o actor ' não se vê mais obrigado a apresentar estudos demoníacos da alma, tornando-se possível a apresentação de um texto conciso e enxuto'. Aproveitamos a deixa e deixamos cair os histriões, partimos para o mais longe possível da tentação por estados de alma e aceitamos, para desenvolver, o 'conciso' e o 'enxuto' e um dos trunfos referidos num dos jogos de cartas da peça: espadas.
Espadas no sentido metálico, frio, despojado que propusemos para a representação. Sem histriões, sem estados de alma, sem paletas naturalistas, sem envolvimento físico. Ou apenas ' e este apenas foi tanto! -o envolvimento físico do actor necessário para mediar a palavra, da fixidez da página, para a mutabilidade nos olhos e na cabeça do ouvinte/espectador. Uma representação em que o actor não se envolva, sublinhando, as tensões do texto, antes deixando que o ritmo criado em palco, retrace este estranho e perturbador jogo trágico/cómico, herdado de Strindberg, refundido por Dürenmatt.
João de Mello Alvim
Ficha do espectáculo
Autor_ Friedrich Dürrenmatt; Tradução_Jorge Espírito Santo; Fixação do texto e encenação_João de Mello Alvim; Interpretação_ Nuno Correia Pinto, Pedro Cardoso e Sofia Borges; Cenografia e figurinos_António Casimiro; Interpretação piano (gravação) e orientação vocal_Maestro João Paulo Santos;Mestra costureira_Adélia Canelas; Direcção de Produção_Nuno Correia Pinto; Direcção Técnica_André Rabaça; Assistência Geral_Carla Dias; Assistênciia de cenografia e adereços_Mara Cardona;Desenho de Luz _André Rabaça; Montagem_André Rabaça e Pedro Tomé; Secretariado de Produção_Cristina Costa; Operação de Luz e som_André Rabça; Bilheteira_Paula Malhado; Frente de sala_Daniela Vilela; Limpeza_Anabela Alface
Local:
Casa de Teatro de Sintra
Data de início:
29 de Maio de 2008
Data do fim:
29 de Junho de 2008
Ficha técnica:
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